Tejo

Em 2009 a região de vinhos do Ribatejo mudou a sua denominação para Tejo. A sede da DFJ na Quinta da Fonte Bela fica nesta região.

De acordo com as pretensões dos Produtores da Região, e com a publicação da Portaria 445/2009, de 27 de Abril, foi reconhecida a Indicação Geográfica Tejo para a produção de Vinhos, Brancos, Tintos e Vinhos Frisantes. Com esta nova Indicação Geográfica pretende-se dar uma nova visibilidade e uma nova dinâmica aos vinhos produzidos na Região, que com o contínuo acréscimo qualitativo têm vindo a ser reconhecidos nacional e internacionalmente.

Situada no Centro de Portugal, com uma vasta superfície agrícola utilizada (SAU), de 258.000 ha., cerca de 7% da nacional e com uma área florestal de 160.000 ha., perto de 17% da nacional, a Região possui inegáveis condições naturais para o desenvolvimento das actividades agrícolas, florestais e pecuárias.

A história da viticultura do Tejo perde-se nos tempos, já que a existência de vinha na Região é muito anterior à nacionalidade, conforme atestam os amarelados manuscritos em papiro, do tempo dos romanos que terão sido os principais introdutores da cultura da vinha nesta Região.
Em documentos emanados de Reis como D. Afonso Henriques, D. Sancho II e D. Fernando, só para citar alguns são variadas as referências às vinhas e aos vinhos da Região do Tejo.
Também Fernão Lopes cita "as grandes carregações de vinho" referindo "que a exportação média anual chegou a carregar 400 a 500 navios e que num ano atingiu 12.000 tonéis de vinho".
Porém, o apogeu do comércio destes vinhos foi sobretudo no século XIII, no fim da sua primeira metade, que só para Inglaterra, chegou a atingir a cifra de quase 30.000 pipas.

A vinha teve ainda um papel preponderante na colonização da Região. Entre 1900 e 1960, a população do continente aumentou cerca de 61% tendo tido na Região, sensivelmente a mesma evolução. No entanto, nos concelhos de maior incidência vitivinícola (Almeirim, Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém), o aumento de população no período considerado foi de cerca de 175% e só em Almeirim este aumento foi de cerca de 228%.

O principal acidente orográfico existente é a Serra de Aires e Candeeiros, delimitando o que podemos chamar de Médio Tejo e Lezíria do Tejo e em termos hidrográficos o Rio Tejo, pela sua dimensão e pela sua regular irregularidade (cheias) continua a condicionar, umas vezes para o bem outras para o mal, as actividades agrícolas da Região. A vinha, ainda assim, é por norma a cultura menos afectada pelas cheias que ocorrem cada vez com menos frequência, graças à gestão dos caudais feitas pelas diversas barragens.

Encontramos na Região três zonas distintas de produção, conhecidas como "O CAMPO","O BAIRRO" e a "CHARNECA".

O CAMPO, com as suas extensas planícies, adjacente ao Rio Tejo, conhecido também como a LEZÍRIA DO TEJO, sujeita a inundações periódicas, que se causam alguns transtornos, são também responsáveis pelos elevados índices de fertilidade que aqueles solos de aluvião possuem, é, por excelência a zona dos vinhos brancos, onde a casta Fernão Pires é rainha.

O BAIRRO, situado entre o Vale do Tejo e os contrafortes dos maciços de Porto de Mós,Candeeiros e Montejunto, com solos argilo-calcáreos em ondulados suaves, é a zona ideal para as castas tintas, nomeadamente a Castelão e Trincadeira.

A CHARNECA, localizada a sul do CAMPO, na margem esquerda do Rio Tejo, com solos arenosos e medianamente férteis, se por um lado apresenta rendimentos abaixo da média da Região, por outro lado induz a um afinamento, quer de vinhos brancos, quer de vinhos tintos.

Na Região do Tejo existem actualmente cerca de 19.989 hectares plantados de vinha (representam cerca de 8.5% do total nacional), dos quais 11.993 ha são de castas brancas (60% da produção) e 7.996 ha são castas tintas (40% da produção), que produzem anualmente, no total, cerca de 665 000 hl de vinho (representam cerca de 9,5% do total nacional). Destes 665 000 hl são certificados cerca 80 000 hl dos quais 81% são vinho regional e 19% são vinhos com Denominação de Origem Controlada (DOC).

Cerca de 30% da produção dos vinhos certificados (DOC e Regional) destinam-se à exportação.

As plantações são alinhadas. O sistema de condução tradicional é a vinha baixa, embora a introdução da vindima mecânica tenha vindo a introduzir alterações, nomeadamente na altura da vinha.

O clima da Região é sul-mediterrânico temperado, influenciado pelo rio Tejo que a percorre, com uma queda anual pluviométrica de cerca de 500-600 mm.

in: ANUARIO 2009 DO INSTITUTO DA VINHA E DO VINHO: http://www.ivv.min-agricultura.pt/np4/?newsId=1736&fileName=Anuario_2009.pdf